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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Clarão no céu chama atenção de moradores do Grande Recife



Um clarão no céu da Região Metropolitana do Recife e de algumas cidades do estado, visto na noite da quarta-feira (15), deixou moradores impressionados. Segundo a Sociedade Astronômica do Recife (SAR), a alta luminosidade foi provocada por um bólido, um grande meteoro que possivelmente veio de uma chuva de meteoros da constelação de Orion. Segundo informações do Observatório Alto da Sé, em Olinda, o bólido pode ser formado por um meteoro ou por lixo espacial. Na manhã desta quinta-feira (16), os comentários nas redes sociais sobre o fenômeno eram recorrentes e muitas pessoas afirmavam também terem visto o clarão no interior de Pernambuco, na Paraíba, em Alagoas e no Rio Grande do Norte.
Nas imagens das câmeras de monitoramento da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) é possível ver o exato momento em que o clarão toma conta do céu, às 22h19 da noite da quarta-feira. As imagens mostram a Avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias do Recife, na área central da cidade. O vídeo mostra o fenômeno duas vezes, sendo a segunda em câmera lenta.

De acordo com o coordenador do Observatório Alto da Sé, Alexandre Evangelista, a queda do bólido foi visível no Grande Recife e em outras localidades do estado. "Não temos registros porque foi tarde e em dia de semana. Chamamos de bólido quando [o objeto] pode ser proveniente de um meteoro ou lixo espacial. Para ter a confirmação é preciso fazer um estudo das imagens, checar se ficaram vestígios sólidos no solo", afirma. Também chamado de bola de fogo, o fenômeno foi visto pela última vez pelo Observatório em 2012. "Caiu próximo da praia de Maragogi, em alto mar. Foi visível no sul da Paraíba, Pernambuco e até Alagoas", lembra Evangelista.
O astrônomo Everaldo Faustino, da SAR, acredita que o bólido era composto por um meteoro. Ele conta que os meteoros costumam cair todos os dias, mas não com essa magnitude de brilho. “O que conhecemos por estrela cadente são, na verdade, meteoros se desprendendo de constelações, ou se deslocando no espaço. O bólido nada mais é que um grande meteoro. Devido à grande velocidade que ele entrou na atmosfera, eles aquecem, tem o impacto e o contato com o ar daqui, que é diferente do vácuo onde eles estavam. Ele atinge uma temperatura alta e, a partir disso, emitem luz”, explica.

Alguns podem atingir o tamanho de um carro, mas o bólido que caiu na quarta-feira deve ter um tamanho pequeno, segundo Faustino. “A gente não sabe se ele chegou a cair no solo ou se veio fragmentado, se desintegrou. Não é comum cair em zonas urbanas, temos pouquíssimos relatos de terem caído em cima de casas ou pessoas. É provável que esse, se tiver caído, tenha sido no mar”, aponta o astrônomo.

Ainda de acordo com Everaldo Faustino, não é comum a queda de um bólido, principalmente com o brilho do que foi registrado. “Pesquisadores já tinham visto a data específica que iria ter uma chuva de meteoros, a chamada orionídeo”, afirma. Ele explica que o radiante – ponto onde os meteoros “nascem” – dos orionídeos é a constelação de Orion, à qual a chuva faz referência. “Existem várias chuvas de meteoros durante o ano, mas tem algumas que são excepcionais, como o orionídeo. A gente não esperava que caíssem com essa intensidade de brilho”, conclui o astrônomo.
Do G1 PE

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